O cão e a dona
Ia toda airosa
pela rua fora
a dona do cão,
ia de salto alto,
acima do chão,
cara pó de talco,
riso flor da rosa,
ancas a dar a dar
toda vaporosa,
toda perfumada,
o seu cão ia atrás,
muito carinhoso,
muito lustroso
O cão parou
e cheirou o chão,
depois cagou
um cagalhão,
depois outro,
ela nem olhou
e pensou:
merda de cão,
que fedor,
que horror
Seguiram rua
a dona e o cão,
iam airosos, vaporosos,
um regalo de asseio,
os seus cagalhões malcheirosos
ficaram a secar no passeio