quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Outono

Ó Setembro,
acorda o Outono,
é daqui a pouco que o Sol vai bater
na linha do tempo,
é o momento do equinócio
deste hemisfério
mais a norte,
é o momento em que se deita o Verão
no leito onde dorme,
emergindo o Outono
do fresco subterrâneo
onde hibernou

Bem-vindo, ó Outono,
não te via desde o ano passado,
vem e começa já a despir as árvores
e a vestir os campos de cores
de amarelo torrado,
vem e vai ao mar buscar
o húmido vento
e trá-lo carregado de nuvens de água
e de sustento,
que venha esse vento,
que venha livre, a uivar,
que não esmoreça,
que se desfaça em mornas chuvas
nos vales, nas serras, nas várzeas,
que se desfaça antes que arrefeça,
antes que me calce as pantufas
e me cubra as orelhas e a cabeça
de lãs, ou de camurças

Bem-vindo, ó Outono de 2015