quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A vida é como um rio

Vai com a força do rio
esta água a correr, 
como posso eu beber
água fresca deste rio?

Um rio é como a vida,
nasce do chão a chorar
por não saber respirar,
mas logo sai em corrida  

Daí a pouco já brinca
a refilar com as margens
e a colorir paisagens,
sendo a água a sua tinta

Quilómetros mais à frente
vai mais foito o meu rio,
encontra um afluente
e abraça-o como amigo

Mas vem muito poluído
o ribeiro afluente,
dá um grito o meu rio
e desmaia de repente

Já não bebo desta água,
poluíram o meu rio,
já não paro nesta fraga,
cheira mal este meu rio

Não te deixes abater
ó rio da minha vida,
arrebita, arrebita,
quero-te para beber

Um rio é como a vida,
nasce, corre e faz viver
tudo o que nele se abriga,
tudo o que dele beber

Mas se a água do rio
não for água de beber,
ele é um morto vivo,
morreu antes de morrer

Um rio é como a vida,
a vida é como um rio,
nascem para a descida
e descem até ao fim

E o fim é só um esgar,
foi um ar que lhe deu,
o rio fica no mar
e a vida quer ir prò céu