Dia do fiel defunto
Chove nos montes,
chove nos povoados,
cantam as fontes
calam-se os pássaros
Chove chuva de Outono,
a terra abre-se alegre
e recolhe o sumo morno
que o céu encoberto verte
A erva pinta-se de verde,
a pedra branca amolece,
a horta pula e floresce,
afoga-se a seca infértil
Deixem chover a chuva,
ela trás vida e frescura
a este dia do fiel defunto
que já não quer este mundo
E que chova também chuva
no dia do defunto infiel,
talvez assim se torne fiel
depois de deitado na sepultura