terça-feira, 19 de abril de 2016

A cama

A minha cama é eléctrica,
frenética
não me deixa
ir embora
levanta e baixa
e dobra
carregando num botão
que está sempre à mão

É uma cama simpática,
apática
acho que gosta de mim.
Quando acordo
estou sempre torto
mas a cama não tem culpa,
fui eu que dei a volta
diz-me ela
com certeza absoluta
E depois cá me aguento
quando me sentam na borda
à força, em forte tormento

Dói-me o corpo todo,
deitado ou em pé
parece uma rocha
que racharia
com um simples pontapé