terça-feira, 31 de maio de 2016

Para o António de Campolide

Olá, caros leitores,
hoje não vou escrever sobre as minhas dores,
estão fartos de saber quais são, não é?
mas não tenham dó
Hoje escrevo para agradecer ao meu amigo Tó,
o António de Campolide,
que me escreveu o seguinte
quando me visitou nesta minha lide
ao perceber, como médico,
que a morte me estava a fazer um convite:

"Fica! Não desistas
 Corre o mundo como um rio
 Que a vida quer mais conquistas
 e de ti um desafio"

Diz o Tó ainda
que eu lhe segredei em surdina
"Tira essa mancha que sinto dentro da minha cabeça"
Depois ter-lhe-ei pedido água,
aliás,
dizem-me que nessa altura eu estava sempre a pedir água
e não a podia beber
porque me engasgava
e sobre tudo isto ele escreveu-me o seguinte:

"Talvez seja eu que um dia e em posição supina
água e afecto te peça
pois que no embalo do tempo não há instantes em vão
e a vida em cada momento tem sempre a sua razão."

Obrigado, Tó,
quero que saibas
que pelo menos agora
já posso beber água à vontade
pela minha mão
e desejo que nunca tenhas a sede
que  eu senti então