Ela era a heroína da adega,
era vasilha de ripas de carvalho
que já se dobravam aos golpes do malho,
mas ela era a vasilha da água-pé
Havia festa no dia em que era aberta,
chouriço, castanhas, pão, homens e copos
enchiam de alegria aquela adega
onde a água-pé corria a rodos
Mas aquela vasilha já era velha
e deu de si num dia de São Martinho,
desabou e encheu o chão da adega
De água-pé que não queria ser vinho,
- mas que desgraça, grita o Zé da Velha,
quando bateu à porta do seu vizinho
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Viva o dia de São Martinho