Fumos e ventos
Fumos de fogueiras
ateadas no palco da guerra
são trazidos por ventos
pestilentos
que a matéria ardida encerra
Corpos humanos, equipamentos
destruidores da esperança, do bem-estar,
do respirar,
equipamentos feitos para estalar
e transformar em estilhaços
vidas que sabiam amar
e que são agora apenas pedaços
de corpos a fumegar
É fácil disparar e apanhar
os corpos,
o vencedor corre a gritar,
ganhei, ganhei, tenho menos mortos
quarta-feira, 29 de março de 2017
domingo, 19 de março de 2017
É quase Primavera
Hoje dormi a sesta,
quando despertei
as raras réstias
da luz solar na terra
eram varridas
pelas últimas aragens da tarde,
já sem força
para ventanias
nem para tempestade
Os pássaros que habitam
a grande árvore
da minha rua
já cantam
a Primavera
e eu sinto
que a janela
já aberta
não inunda de frio
o meu refúgio
Espero ouvir ainda o cuco
nesta Primavera
que se anuncia,
mesmo que venha rouco,
ou com pouca energia,
como eu estou
Hoje dormi a sesta,
quando despertei
as raras réstias
da luz solar na terra
eram varridas
pelas últimas aragens da tarde,
já sem força
para ventanias
nem para tempestade
Os pássaros que habitam
a grande árvore
da minha rua
já cantam
a Primavera
e eu sinto
que a janela
já aberta
não inunda de frio
o meu refúgio
Espero ouvir ainda o cuco
nesta Primavera
que se anuncia,
mesmo que venha rouco,
ou com pouca energia,
como eu estou
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