terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Os muros do meu pátio

Veio a noite
e ficou escuro o meu pátio
tão antigo como a força
de quem me terá dado
o primeiro abraço
e de quem, com a mesma força,
empilhou, uma a uma,
estas pedras de calcário
que são agora, uma a uma,
os muros do meu pátio

Veio a noite
e fico a mirar estas pedras,
peço-lhes para me contarem o passado,
calmamente, sem pressas,
porque elas têm muito que contar
e eu tenho vagar
 
Mas elas não falam comigo,
estão mudas,
projectam-me apenas sombras da noite,
não, não acredito que estas pedras sejam surdas