sábado, 12 de dezembro de 2015

Ninguém morre à míngua

O galo anuncia
mais uma aurora,
bonita cantiga
có-có-ró-có-có

Colhem-se nos prados
couves e nabiças,
cantam nos cerrados
melros e carriças

As ovelhas pastam
livres ao ar livre,
se os anhos se afastam
largam-se a balir

A tarde traz frio,
recolhe-se o gado,
vai para o abrigo
da noite abrigado

O tacho ao lume,
a lareira acesa,
não há azedume
à volta da mesa

Dorme o povoado
à sombra da lua,
dorme descansado,
ninguém morre à míngua