quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Viajo no meu corpo

Viajo no meu corpo,
tem asas, tem motor,
por vezes é fortaleza,
por vezes é fraqueza,
mas é o meu corpo,
é meu, é mesmo meu,
não é de mais ninguém,
direito ou torto,
de olhos no chão,
ou levantados para o céu,
a chorar, a rir, a dormir no conforto,
a abraçar um amigo, um irmão,
é o meu corpo,
ele é meu, de mais ninguém

Viajo no meu corpo,
mesmo parado ele está a viajar,
mas acabará por se cansar
um dia, talvez num porto
distante deste lugar,
e, nesse dia, mesmo que queira,
o navio não o deixará embarcar,
ficará no cais a expirar
a última poeira