domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cair na lama

Por vezes cai-se na lama,
chafurda-se,
e a lama torna-se mais pesada,
mais densa, mais cama
para quem não ousa ter sono
e que transporta uma alma amargurada
que insiste em não querer dono
e vagueia à deriva no tempo
que forjou os tormentos
que atormentam a alma
e os pensamentos

Para quê pensar se isso nos apoquenta,
já questionava o Vergílio Ferreira
na sua Conta Corrente,
e não nos deixa contemplar a eira,
o quintal, o milho a secar,  o pio das aves,
a bonança, as tempestades,
o sol, a lua, as estrelas
a noite, o frio, o calor, as flores, as abelhas,
a primavera quando esquenta,
temos que dizer não à morte lenta