quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O mar

Versos de água salgada
surgiram de repente na bruma
criada pelas ondas de espuma
que se espraiavam 
na praia

E eu consegui ler
esses versos de maresia,
pois ficaram gravados
na areia macia
assim deixada
pelas ondas em retirada
que se espraiaram
na praia

E porque o mar é eterno,
e eu não,
deixo estes versos neste caderno
como prova de que em certo dia
contemplei o mar
e consegui ler o que ele dizia,
mas o que li não vos revelo
porque é segredo

Mas podem saber
que sempre que contemplo o mar
imenso e misterioso
apetece-me senti-lo,
ora quando se espraia
na praia, meigo e tranquilo,
ora quando bate na rocha,
violento e poderoso,
oferecendo-me sempre pétalas de sal e cheiros a iodo
e não exigindo nada em troca