segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Penamacor

Há muitos anos subi a Penamacor,
era domingo, a tarde entardecia
e os penedos ainda luziam calor,
era um Verão quente que não arrefecia

Transportava na bagagem roupa, trabalho
e o choro de uma filha recém-nascida,
à noite chorei, não estava no meu borralho
e para dormir tinha uma cama vazia

Mas Penamacor fez-me seu prisioneiro,
não no presídio, mas na torre do Castelo,
e com a artimanha de um feiticeiro

Mostrou-me as terras de entre o Coa e o Tejo,
nunca mais me libertei desse cativeiro,
fiquei agarrado ao que há de mais belo