quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Bom dia a todos.

Uma voz amiga aconselhou-me a criar um blogue para ocupar o meu tempo de recém-aposentado e para divulgar a minha poesia.
Aqui estou, pois, para cumprir esse desiderato e com o nome da aldeia onde nasci e onde vivi até ser adulto (Perulheira).

O primeiro poema que quero divulgar tem como título "no cais quando chove" e já circula em diversos blogues como sendo da autoria da Sr.ª Sophia de Melo Breyner Andresen.  Foi divulgado pelo meu colega e amigo Rogério Simões no seu blogue "Poemas de amor e dor" em 2004 e, talvez por ter alguma qualidade, alguém entendeu que seria da autoria da Sr.ª Sophia.

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No cais quando chove

Gosto de estar no cais quando chove,
a chuva transporta sabores 
e odores
que, quando misturados com o mar,
transformam a atmosfera
num ambiente de caldo
que me faz flutuar

Gosto de estar no cais quando chove
porque gostava de partir
para onde os sonhos são realidade
e é sempre melhor partir
quando chove

Gosto de estar no cais quando chove
porque o navio só parte
quando a chuva acaba
e assim encontro razão para não partir
porque só me apetece partir quando chove

Gosto de estar no cais quando chove
porque fico sempre
e talvez para sempre
e porque a realidade nunca é o que se sonha