segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Uma manhã em Paris

Naquela manhã em Paris
fazia muito frio
e estava feliz,
percorri a Rua de Rennes,
e, ao passar por uma carrinha,
alguém me ofereceu uma sopa de castanhas,
bem quentinha

Orei em Saint Germain-des-Prés
e saí de lá mais vigoroso
que até me apeteceu calcorrear Paris de lés-a-lés
naquela manhã fria de outono

Mas só cheguei à Notre-Dame.

Aí descansei e sonhei,
até parece que vi
um Corcunda a circundar por lá,
e tive a sensação que ouvi
os sons das misteriosas gárgulas
e quimeras
que a sumptuosa Catedral ostenta,
mas não percebi se elas
estavam a anunciar desgraças,
ou, antes, radiosas primaveras.
Não. Não tenho a imaginação de Victor Hugo.