domingo, 6 de julho de 2014

Bebemos sangria

Ontem bebemos sangria,
sangria de vinho tinto de uvas pretas,
trincadeiras,
que, por se colorirem de preto
quando amadurecem nas videiras,
deveriam dar vinho preto,
e não vinho apenas tinto,
depois de serem massacradas no lagar
e obrigadas a largar o seu mosto
que dá um néctar muito apreciado
pelos deuses do bom gosto,
o Dionísio e o Baco

E bebemos sangria de vinho tinto
servida com pedaços de fruta fresca,
tudo a borbulhar,
até o próprio recinto
borbulhava de conversas
e de pássaros
que também comiam das travessas

E bebemos sangria,
foi bom, foi simples, foi celestial,
no "Terra", ao Príncipe Real,
em boa companhia