sexta-feira, 4 de abril de 2014

A Rainha e o Papa

Ontem, a Rainha do Reino Unido
e da Commonwealth
foi, pela primeira vez, ao Vaticano,
levava na cabeça um chapéu florido,
calçava luvas brancas e sapatos pretos de fivela,
ia de vestido roxo, não sei de que pano,
que tinha seis botões e um broche de ouro fino
incrustado com diamantes e pérolas,
numa das mãos segurava uma mala preta

O Papa recebeu-a vestido com uma sotaina,
um solidéu, uma romeira e uma estola,
tudo num branco limpo e imaculado,
calçava sapatos pretos e de fina sola,
usava uma cruz peitoral, talvez de prata,

e tiveram o seguinte diálogo:

- Por que motivo não me obedeces, ó Rainha dos Anglicanos?
questionou o Papa;
- Eu não venho preparada para responder a essa questão,
retorquiu a Rainha;
- Então o que vens cá fazer?
observou o Papa;
- Venho ver-te e tentar saber por que razão és mais famoso do que eu,
respondeu a Rainha;
- Porque sou o único representante do Cristianismo, da Igreja Cristã
fundada por Pedro, a Igreja Católica, Apostólica, Romana,
adiantou o Papa com autoridade;
- Está bem, vou falar com o Arcebispo de Cantuária para ouvir a opinião dele,
e depois volto cá, adeus,
disse a Rainha com humildade;
- Não te vás já embora, fica para o chá das cinco,
sugeriu o Papa;
- Não tenho tempo, a minha comitiva já me aguarda,
finalizou a Rainha;
- Está bem, mas não te esqueças que as Ilhas Malvinas são da Argentina,
finalizou o Papa