sábado, 5 de abril de 2014

O emigrante

Ele tinha apenas quinze anos quando partiu
para fugir à guerra, à miséria e à fome,
foi a salto para a França que nunca viu,
com um bilhete sem destino e sem nome

Foi deixado perdido nos desfiladeiros
das montanhas dos Pirenéus intransponíveis,
mas seguiu sempre em frente, cruzando ribeiros
e as vertentes de picos inatingíveis

- Espero que encontres uma vida boa -,
desejou-lhe a sua mãe com fé e esperança,
- segue o teu caminho e não andes à toa -

E o seu filho querido não teve "chance",
morreu afogado no Rio Bidasoa,
quando na margem de lá já era a França