quarta-feira, 18 de junho de 2014

Os nossos submarinos

Não tenho visto os nossos novos
submarinos,
ah! estão a dizer-me que os submarinos
não são para se ver,
são para navegar escondidos,
debaixo de água,
e se forem vistos
podem ser logo abatidos
pelos inimigos

Mas os submarinos
não se mostram à tona da água
de vez em quando?
Eu queria ver
os nossos novos submarinos,
descer às suas entranhas,
descobrir os seus segredos,
as suas rotas, os seus destinos,
como se disparam os torpedos,
como limpam os intestinos
os seus marinheiros

E também queria saber
de outros segredos:
quem os encomendou?
quem os pagou?
quem desenhou os enredos
de uma necessidade
talvez desnecessária?
quem enriqueceu
como intermediário?
e, estando provada a corrupção,
por que razão
só descobriram os corruptores?
quem são os corrompidos?
quem esconde as provas?
serão os doutores?
serão os políticos?
ou será somente quem comprou as portas?
ah! dizem-me que os submarinos
não têm portas,
nem janelas, nem frestas,
nem chaminés,
se calhar é por isso que não servem para festas,
nem para bailes no convés