segunda-feira, 2 de junho de 2014

Fui à feira do livro

Hoje fui à feira do papel,
do papel encadernado em folhas,
em folhas que bem coladinhas
são um livro que é de papel,
e se as folhas estivessem soltas,
mesmo com lindas histórias,
não eram um livro,
eram apenas folhas soltas,
e as folhas soltas podem ir para o lixo,
mas um livro nunca

E os livros que vi
tinham todos palavras
que todas juntas dão uma história,
e eu esmoreço
porque não conheço
quase nenhuma,
desde a história da Matemática
à história da História,
passando pelos romances,
pelos ensaios, pela fantasia,
pelas leis codificadas,
e eu não conheço quase nada

Desesperado,
entrei na loja dos poemas
e folheei, e folheei,
pareceu-me que os conhecia,
mesmo os que li pela primeira vez,
um só poema pode não fazer um livro,
mas, por vezes, um único verso
preenche um livro,
não comprei nenhum,
fiquei só com o cheiro,
para a próxima
levo dinheiro